Thursday, May 10, 2007

009:Pesquisa:"A história do Blues"




Com o início da primeira Guerra Mundial, a migração de negros da zona rural para as cidades do sul e para as cidades nortistas. Estes imigrantes nas colheitas de algodão do Delta do Rio Mississipi, nos Estados Unidos. Inicialmente, na década de vinte, o blues tinha como principal função aliviar o duro trabalho imposto aos escravos.
Foi uma escravidão melancólica, tediosa, corrosiva, um pouco diferente da nossa, que era agitada, açoitada, torturada de modo atroz. O escravo americano agonizava na solidão da enxada e do calor ou da neve e não no ferro quente de um feitor português. A relação era de abandono e desprezo humilhantes, sem miscigenação.
Até que esses negros começaram a gritar. E o grito era o canto do lamento, canções medonhas, desafinadas à primeira audição, uma música
esdrúxula. Com apenas cinco notas da chamada escala pentatônica oriunda da musicalidade Ashanti, os escravos cometiam as work-songs, a células-máter do blues. Violões, banjos, washboards, gaitas-de-boca, jew’s harps, bow diddley’s, jugs, kazoos.
Uns instrumentos eram adaptados, outros inventados, outros roubados. Fim ilusório da escravidão, final do século XIX e o blues ainda parecia uma massa sonora semi-amorfa. Até que os escravos de ontem se tornaram os artistas e trovadores daquele presente.
O cantor tocava também um instrumento para marcar o ritmo e fazer dançar. Esse instrumento, porém tinha de ser do tipo que ele pudesse carregar em suas peregrinações. Inicialmente a preferência era banjo e violino. Gradualmente, estes instrumentos foram substituídos por uma guitarra leve, prática e barata, muito mais completa que o violino e muito mais prática que o banjo
A frase de Robert Johnson, um dos verdadeiros heróis trágicos do gênero, é o pronunciamento perfeito dessa condição ímpar no seu âmago de angústias humanas decodificadas em forma de música e poesia.
A primeira a se destacar é aquela conhecida como "blues do Delta". Considerada o berço do blues, a região do Delta do rio Mississippi reúne os estados de Mississipi, Arkansas, sul do Tennessee, Alabama e parte da Louisiana. O blues que se desenvolveu nessa região manteve uma forte predominância da influência africana, pouca melodia, mas um ritmo sincopado, riffs repetitivos e um canto
recitativo com efeitos freqüentes de falsete. Nesse estilo, o dedilhado a mão esquerda é comumente substituído pelo uso do bottleneck, um gargalo de garrafa serrado passado de forma auricular e que o músico faz deslizar sobre as cordas. Curiosamente, essa técnica foi inspirada por guitarristas havaianos que tocavam em espetáculos ambulantes e tornou-se numa característica do blues.
O primeiro Blues apareceu na década de vinte, na interpretação de Mamie Smith, cantora de vaudeville, com a melodia que se chamava The Crazy Blues, composta por Perry Bradford, com interpretação de técnica rotineira e o estilo foi o usual. O rápido desenvolvimento do mercado dos gramofones portáteis e, conseqüentemente, do mercado de discos logo depois da Primeira Guerra Mundial levou algumas companhias fonográficas a tentar ampliar sua produção, até então reservada a amadores. A grande migração negra para o norte do país transformou cidades como Chicago e Nova York , especialmente o bairro do Harlem, em um interessante mercado.Para espanto de Bradford e Hager, a canção não só foi um sucesso em Nova York como também os negros do Sul, ávidos em ouvir discos de blues.
No ano de 1921, algumas de suas características marcantes: como o canto rude e melancólico. - Auge do sucesso das "damas do blues", que gravavam nos padrões das grandes cidades com elementos mais sofisticados em torno da melodia, mas o tema ainda continuava à imaginação ligada ao sexo, no clima erótico. Bessie Smith, a maior de Columbia em 1924 a venda de seus discos ultrapassou os dois milhões de cópias, faturando cerca de 1.500 por semana Gertrude Ma Rainey forma as maiores.
Uma das principais correntes é a conhecida como Chicago Blues. Além de ser uma das primeiras cidades do Centro-Leste a se industrializar (o que atraiu um grande número de migrantes negros vindos do Sul), Chicago foi durante muito tempo o único lugar, conjuntamente com Nova York, onde existiam estúdios de gravação de boa qualidade técnica. Embora guarde semelhanças com o blues praticado no Sul, a vertente de Chicago, de quem Muddy Walters é um grande representante, tem na guitarra elétrica e no uso da bateria e do baixo o seu ponto forte.
À partir dos anos 50, o blues começou a sofrer uma série de transmutações que o levaram para novos caminhos e, ironicamente, o jogou para segundo plano. Artistas oriundos da escola de New Orleans, como Fats Domino e Little Richards, disseminaram fortemente o Rhythm’n’blues (ou R&B), o que teria como conseqüência direta o surgimento do Rock’n’roll. Este passou, então, a ser o gênero predileto da juventude branca, enquanto que os jovens negros voltaram seus ouvidos para a emergente soul music. Os artistas de blues conheceram um período difícil na América. Nos anos 60, contudo, o blues explode com força na Europa. Particularmente na Inglaterra, onde artistas como Alexis Korner e John Mayall e bandas como os Rolling Stones e Yardbirds transformam o gênero em uma febre. Este renascimento europeu acaba se refletindo, anos mais tarde, no berço do blues, ou seja, os Estados Unidos.
O Blues tem e já teve grandes mestres como B. B. King, Albert King, Stevie Ray Vaughan, Jimi Hendrix, Eric Clapton, John Lee Hoocker, Chuck Berry, Ma Rainey, Ida Cox, Memphis Minnie, Merline Johnson, Victoria Spiney e Lil Gren, Bluesmen que participaram da história do Blues desde suas origens; Big Bill Broonzy (1893-1958) - Um dos primeiros artistas do blues clássico, foi o Bluesmen de maior sucesso nos anos 30, e sem dúvida Robert Johnson, o “pai” de todos os bluesman.
Quando o público jovem dos anos 60 "descobriu" Hooker, juntamente com outros pioneiros do blues, ele e vários outros músicos fizeram um breve retomo ao folk blues. Jovens artistas britânicos como The Animals, John MayaI1 e Yardbirds, difundiram o som de Hooker para um novo e ávido público, cuja admiração e influência ajudaram a erguer o status de superstar que o músico desfrutou na Inglaterra dos anos 60.
Já o blues, como música, foi inicialmente o manifesto do escravo negro corroído por dentro, dotado de um coração amargurado e queria apenas a liberdade para poder levar sua vida em frente.
O silêncio branco era o seu pior inimigo, um anjo maligno,que precisava ser derrotado pela forma mais rudimentar e desesperada de som: o grito ou o shout, que culminou no blues, o estilo musical mais influente do século XX, fornecedor de sêmen para a geração do soul, do jazz e do eterno rock’n’roll. Diferentemente do jazz, que sofreu influências da música européia, o blues soube se manter "cru" ao longo dos anos.









Referências Bibliográficas

MYRUS, Donald. Baladas, Blues e Música Jovem. Rio de Janeiro: Lidador, 1970.
SALES, Clayton. Sol, Enxada e Blues. Internet.

2 comments:

G. Giacomini said...

É, o blues. Tanto a dizer; tão pouco tempo.

Ótima visão dos primórdios do blues!

Unknown said...

É um Alemão preconceituoso mesmo né!!!??

Eia porra......

Ainda bem que esses escravos tiveram essa idéia então né?

Heheheh